quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Trilha Inca

Dia 24

Antes das 6 estávamos todos de pé. A van que nos levaria ao início da trilha passaria as 6:30 para nos buscar.

Saímos de Cusco no horário combinado. No decorrer do caminho o resto da equipe ia integrando o time. Isso incluia: nosso guia, Ruben, nosso conzinheiro e nossos carregadores que seriam pegos num pequeno vilarejo chamado Ollantaytambo.
O problema é que desses carregadores, muitos viriam de trem de aguas calientes, ou seja, houve um atraso e a espera foi de quase 2 horas. Bem, chegados todos os carregadores, seguimos ao Km 82, início da tão sonhada trilha.
Devido a demora, eles resolveram que iríamos almoçar primeiro. E aí, já começavam as novidades. Fogareiros armados, cada integrante tinha uma função, seja ela, arrumar os pratos, armar as mesas, descascar legumes etc. Tudo muito organizado, prático e eficiente. O almoço: Excelente!!!! Melhor que muitos restaurantes por aí. Sempre era servido uma espécie de caldinho. Depois o prato principal e depois a sobremesa. O almoço desse dia foi: Arroz, frango frito, batata assada e tomate cortado em fatia. UFA!!! Vamos enfim começar a andar!!! Serão quase 40km em quatro dias.

O início é tranquilo, a vegetação é árida, o percurso é relativamente plano e embora seguimos margeando um rio, a umidade é baixíssima. Também é encontrado vestígios de animais(merda de lhamas...rs),pegadas, pequenas casas, capelinhas e até um cemitério!!!!!!!!!

O percurso é lindo, o nervosismo do início ja tinha passado e estava muito empolgado e feliz por estar ali. Saberia que em mais um dia, estaria totalmente isolado.
Devido ao atraso, não havia ninguém mais na trilha, somente nós!! Justamente como sonhara em fazê-la. Nada de turistas, nada.

Nesse dia, teríamos mais a frente o pior trecho do dia, uma subida muto íngreme e longa. Nosso amigo Coelho não estava se sentindo bem e assim fomos revezando carregando sua mochila, e por azar, ou sorte, a mesma foi me passada bem no início.

PS: Foi resolvido que iríamos colocar todas as roupas numa só mochila e pagaríamos um carregador pra isso, e só levar comida e água nas nossas. Decidi eu mesmo levar tudo, queria sofrer..Fazer tudo do jeito mais difícil e ter acesso as minhas coisas sempre que quisesse. Então, levei eu mesmo minhas roupas, comida e água, saco de dormir, isolante. Num dos postos de pesagem verifiquei que minha mochila tinha 10kg. Não era muito, mas para aquela trilha, qualquer grama era uma tonelada.

Também devido ao atraso da saída, a noite foi chegando, e nós ainda caminhando. Ou seja, ESTAVA SENDO MELHOR DO QUE ESPERAVA, nosso guia ficou pra trás junto com nosso amigo e mais a frente estávamos eu, Kleber e Cesão.
No meio do mato, 18:30 já é noite, no inverno então! Escuridão. E ainda faltava muito para chegar ao acampamento. Realmente estava muito melhor do que imaginei. Sozinho na trilha, no escuro e sem saber direito pra onde ir.
Encontramos durante o trageto, um grupo de moradores (duas menininhas e uma senhora, depois apareceu mais um senhor), todos em cima de burros e cavalos, e assim fomos, iluminando o caminho com nossas lanternas para eles e eles nos conduzindo ao nosso acampamento.
Chegamos tarde e exaustos. Nossas barracas já estavam armadas, o jantar sendo preparado e os carregadores num animado papo em quíchua (idioma indígena típico dos sulamericanos).
O jantar: Primeiro um lanche com pipoca, bolachas, chá, chocolate. Depois, a tradicional sopa, ou caldo, sei lá. Depois, macarronada. Depois desse primeiro dia era o que precisávamos.

Passei um frio do cão essa noite, achei que fosse morrer congelado. Vesti toda roupa que tinha. Gorros, luvas, meias de lã. Tudo que tinha. Até que consegui dormir um pouco.
O Coelho passou mal a noite toda. Os problemas começaram a surgir. Dos sete que viajaram, quatro passaram mal.

Presenciamos um casamento no vilarejo


Início da trilha

Cemitério



Capelinha



A sudida
Sítios arqueológicos encontrados durante a caminhada
Uma placa encontrada, quando escureceu. Aí deu uma "clareada" . Vimos que estávamos no caminho certo, já que o Ruben tinha ficado bem pra trás
Vista de dentro da barraca
Acampamento, pela manhã.
Outro sítio arqueológico. O trem passando ao lado dele, indo para águas calientes

Garotinha super carente que conhecemos no início da trilha
Visual durante a caminhada

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