quarta-feira, 28 de abril de 2010

Série: Grandes Pianistas

Abro aqui a série (com o "original" título): "Grandes Pianistas"
E pra começar, um dos maiores pianistas de todos os tempos Sviatoslav Teofilovich Richter , ou apenas Sviatoslav Richter. Foi para alguns o maior pianista da história e vou dizer porque.
Entre 1917, quando ocorreu a Revolução de Outubro, e 1955 a música da então União Soviética era um mistério para muitos estudiosos. O país era de grande tradição musical mas durante esse período os músicos soviéticos ficaram sem tocar por todo resto da Europa. Falava-se no Enigma Russo.
Alguns músicos ja eram conhecidos na Europa e Estados Unidos, como exemplo de Rachmaninoff, Prokofieff e Horowitz, mas foi somente a partir de 1955 é que o resto do mundo pode comprovar a alta qualidade artística dos soviéticos, preservada pelo comunismo.
Rchter nasceu em 1915 na Ucrânia. Começou a estudar piano com o pai e depois foi pra Moscou estudar com o grande pedagogo e pianista Heinrich Neuhaus.
Sua primeira apresentação em público foi aos 19 anos, bem tardia comparado ao resto dos pianistas, que geralmente aos 8, 9 ou 10 anos já faziam seus "Debut" frente ao público, em recitais solo ou lado de grandes orquestras tocando repertório de gente grande. Em sua primeira apresentação tocou, a Balada nº 4, Polonaise-Fantasie, Scherzo em Mi Maior entre outras obras de Chopin. A partir desse recital sua fama de virtuose começaria, assim como sua carreira.
Era dono de uma técnica e vigor incríveis. Algumas obras são tocadas numa velocidade impressionante e sem perder toda a música que nela existe. Pouco pianistas eram ou são capazes disso. Quem ja ouviu sua versão do concerto de Tchaikovsky sabe do que estou falando.
Neuhaus após ouvi-lo tocar, declarou: "Aqui está o aluno que estive esperando durante toda minha vida. Na minha opinião, um gênio".
Prokofieff dedicou-lhe sonatas, fez estréias importantes, venceu concursos em qual causou assombro entre os membros do júri. Tinha uma leitura à primeira vista instantânea, uma memória prodigiosa que lhe permitia ter um programa com mais de 80 recitais. Porém, em 1980, Richter sofreu embaraçosos lapsos de memória em público durante concertos no Japão e na França e, desde então, passou a sempre tocar com partitura, e podemos ver isso em vídeos onde ele ja bem velhinho toca sempre "lendo", ou melhor, a partitura apenas está lá, de segurança...rs.
Tinha uma personalidade forte e todos com quem tocava dizia em como era difícil trabalhar ao seu lado, não pela arrogância ou algo parecido, mas pela energia que ele emanava.
Fez parte do júri do conceituadíssimo Concurso Tchaikovsky de Moscou, e tinha instruções de dar notas de 0 a 10 a todos os canditatos, mas após ouvir Van Cliburn, deu nota 100 a ele e zero a todos os outros. Nunca mais foi convidado. Ahh, e Cliburn venceu a competição.
Viveu ao lado da cantora Nina Dorliak, mas há boatos de que era homossexual, e isso na União Soviética comunista era contra lei, apesar disso, o sistema nunca lhe criou problemas. O crítico americano Paul Moor afirma que "foram estas leis que o impediram de atingir a felicidade plena".
Existe um documentário sobre sua vida em que no final ele diz, não gostar de si próprio.
Richter se irritava com o rótulo, que as pessoas davam a ele, de militante contrário ao governo soviético. Segundo ele, "era contra o sistema mas em nenhum momento eu fui um ativista". Avesso a causas políticas, Richter nunca se filiou ao Partido Comunista, porém tocou no funeral de Stalin, em um piano de armário com os pedais quebrados.
Foi um cara simples, não se importava com bens materiais ou dinheiro. Dava concertos quando precisava de "algum". Preferia tocar para platéias do leste europeu do que ao público artificial do Carnegie hall.
Nas obras de Beethoven, Brahms, Scriabin ou Shostakovich, encontra-se sempre o pensamento e a voz do compositor nas interpretações de Richter. Nenhum outro pianista foi tão apto e flexível para entrar em contato com a essência de obras tão diferentes em si.
Seu conceito sobre a função do intérprete era utópico. Richter acreditava na tese de que o pianista, ao invés de "contaminar" a música com sua personalidade, deveria ser o mero espelho da partitura e incorporar as intenções emocionais do compositor.
Embora possuísse um vasto repertório, certas obras ele nunca tocou, dizia que tantos pianistas ja tinha as feito que não havia nada de novo que ele pudesse dar. Como o concerto nº3 de Rachmaninoff e o "Imperador" de Beethoven.
Nunca deu aulas catedraticamente, somente alguns jovens pianistas tiveram o privilégio de receber suas orientações.
Richter educou uma geração de ouvintes com as suas interpretações e sua escolha de repertório. Ele era um artista único e imprescindível, que desafiava sua platéia e atraia um enorme público fiel.
Apresentou-se e gravou muito também, inclusive há gravações ao vivo dele que são "clássicas" como "Pictures at an Exibition" de Mussorgsky. Que eu tenho..hehe
Richter faleceu no dia 1º de agosto de 1997. E deixou seu nome pra sempre na história da música.

Essa é sua versão do famoso "Estudo Revolucionário" de Chopin, incrível!!
Com vocês Sviatoslav Richter!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Hi, there!!!

E aí moçada, tudo certo?!?!?! Estava sumido, né!? Pois então, deu um baita "xabu" no meu micro. Achei que fosse coisa simples, mas não foi, e a brincadeira saiu cara, muuuito cara! Mas aqui estou eu de novo. E tenho novidades. Boas e ruins.
Corri em caçapava no dia 18 de abril a prova pedestre de aniversário da cidade, e como em todos os anos a organização foi impecável. Um ótimo kit, muita água, pórticos infláveis pelo percurso indicando a quem corria 10 ou 5km. Bacana!
Chegamos pra correr em cima da hora e não tivemos tempo de aquecer, teria que ser durante a prova mesmo, até aí....vá lá. O problema é que a largada seria primeiro dos 5km, mas o pessoal dos 10 não respeitaram e ficaram amontoados lá na frente e como cheguei atrasado, acabei largando atrás, empurrando e sendo empurrado. Saí todo afobado querendo me livrar da muvuca. Só senti que deu pra correr tranquilo na placa de 1km. Até passei bem por ela com 3'45" e achei que ia conseguir manter até o fim, mas não consegui, ainda nao foi dessa vez que corri abaixo dos 20'. Caramba, tá demorando pra isso acontecer!!! O percurso é ótimo, com uma reta longa e três subidas fortes sendo que a penúltima era a pior e muita gente acabava ficando. Sinceramente não achei que fui bem, fui razoável e essa é a boa notícia...então imaginem a ruim!
No meu relógio o tempo foi de 20'19" (soltei o cronômetro no tapete e parei no tapete), no da organização que contou o bruto foi de 20"38".
Resultado final ficou assim:
Na categoria: 18º de 70
Geral: 77º de 398



Agora a outra notícia.
Dia 21 rolou uma prova de triathlon dentro da aviação do exército. Estava empolgado pra corrê-la. Venho treinando bem, descansando bem, me alimentando bem.....e entrando em provas quase todo fim de semana. Essa foi minha 7ª já, e estamos em abril ainda. Bem, mas o fato é que deu tudo errado! Tudo mesmo!
A prova foi legal, tinha muita gente inscrita, feriado no meio da semana ajudou, quem nao tinha o que fazer, veio correr uma provinha...rs. Muita gente de São Paulo e interior. Mas a minha prova não foi legal, na verdade foi desastrosa...
O local da natação é um lago, pequeno, que não comporta muita gente, a largada é horrível, só porrada! Me posicionei na frente (errado, quem não nada bem, não pode fazer isso). Larguei afobado e antes de chegar na primeira bóia tomei uma no queixo que perdi o rumo! rss. Parei por mais de 1 min, até procurei ajuda, mas a galera que vinha atrás estava me atropelando então resovi continuar, mas bem devagar. Aí tudo começou a me incomodar. Era a roupa que me apertava. Nao conseguia respirar. Não conseguia encaixar o ritmo, nadei na direção errada e tive que voltar....não conseguia fazer nada, apenas pensava em sair logo dali.
Terminei a natação de "saco cheio" e fui pra bike. Aí começou outro martírio. Não conseguia pedalar, sei lá, não ia. Fazia força e parecia que o freio prendia a roda. Bem, aí terminei daquele jeito e fui correr.
Aí sim, vi o quanto estava mal, saí andando da transição e quando comecei a "correr" senti tudo rodar, parei, sentei, um cara viu que estava passando mal, me trouxe água, tomei, joguei na cabeça.....respirei e fui....dei três passos e pronto...tudo de novo. Não estava bem mesmo. Sentei de novo, aí uma senhora me trouxe água e perguntou se estava bem. Não, não estava, mas respondi que sim. Pensei: Meu, vou parar, vou abandonar.......Aí pensei de novo: Pô, mas abondonar?? Seria minha primeira vez.....Não! Vou nem que seja caminhando....Pô! Mas caminhando também?? Não!!!! Vou correr essa merda aqui! Tinha olhado para o relógio um tempinho atrás e ele ja registrava exatos e incríveis 2'23". Cara, ja tinha passado mais de 2 minutos e eu ainda não tinha começado a correr!!! Juro, quase desencanei de verdade. Depois de ver todo mundo me passando consegui começar a trotar e fui assim a primeira volta, na segunda estava melhor e consegui soltar um pouco mais, mas ja era muuuito tarde. Não sei como ficou a classificação, pois não saiu ainda, mas pra falar a verdade nem quero saber rs. E na verdade, o pior de tudo foi a sensação de ter passado mal, da porrada, do sofrimento na bike, de tudo....
Fazer o que? Nem sempre é o dia. Não entendi o que deu de errado.


PS: Olá Claudia!!! O calor estava infernal!! Mas o dia lindão, mesmo! Puxa, devia ter vindo pra cá, mesmo que pedalando...rs. Seria super bem-vinda!!!!!! Poderia inclusive ter vindo correr a prova. Então, esse é o resumão do que rolou nas duas provas. Uma bacaninha e a outra pra esquecer..Bjo

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Domingo tem corrida!!!!

Estou inscrito numa prova bem legal que acontecerá aqui na região. Trata-se da "Corrida Aniversário de Caçapava". Quem organiza é o exército, e geralmente, pelo menos sempre foi muito bem organizada. Chip, kit bacana com camiseta dry, revista, medalhinha bonita, barra de chocolate, suco, barrinhas de cereal, e até um certificado..rs e tudo isso numa sacola bem legal, que serve pra levar na natação depois rsss.
Não sei se esse ano será assim, mas, vale a pena, praticamente no quintal de casa... E o preço da inscrição? 20 reais!!!
A prova é dividida nas distâncias de 10km e 5km, além da caminhada. Segundo a organização a lista conta com 1.700 atletas inscritos, houve um aumento de 1.150% em cinco anos, desde sua primeira edição.
Como vou fazer o triathlon do Cavex na quarta dia 21, optei pelos 5000m, além do que é minha cara!! rs
Estou treinando normalmente visando quarta-feira, portanto, se correr bem domingo ótimo, se não, paciência. Será um treino bom. Até pensei em descansar pra ela, mas não vou. Tudo bem, são 5km só, mas são 5km com o coração na boca e é bom estar descansado pra isso, mas não vou mesmo.
Então, correndo bem ou correndo mal. Domingo a noite conto como foi.

Abração a todos!!!!!!!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

MIssa de Santa Cecília

Gente, muito obrigado pelos comentários sobre o post anterior a respeito do padre José Maurício.
Saciando a curiosidade de todos, estou postando essa que pode ser considerada sua principal obra, além de que foi sua última grande produção.
Missa de Santa Cecília, escrita em 1826. Essa é sua primeira parte, Kyrie.
Aproveitem e curtam a audição.

domingo, 11 de abril de 2010

Umas das mais bonitas músicas que já ouvi! Sem contar a enorme banda que é. Tive o prazer de assisti-los em 99, acho. Com vocês: KISS!!!!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nosso primeiro grande compositor


Alguém aí sabe quem foi o primeiro grande compositor que o Brasil teve??? Não?? Pois então, poucas pessoas ouviram falar dele, inclusive estudantes de música. Foi um neto de escravos, de família pobre chamado José Maurício Nunes Garcia.
Quando eu tinha meus 12 anos mais ou menos e pensava sobre Beethoven ou Mozart, não imaginava na exitência do Brasil, era como se simplesmente não existisse, como se houvesse um vácuo por aqui e no tempo. Ledo engano, o Brasil, claro, óbvio, já existia. E já se fazia música por aqui e um dos responsáveis por isso era justamente ele: Padre José Maurício Nunes Garcia, sim Padre, mas que segundo uma grande pesquisadora de sua obra, inclusive reponsável por catalogá-la, Cleofe Person de Mattos esse foi somente um pretexto para alcançar um status no campo da música. O padre José Maurício teve 6 filhos, siiim ele teve filhos, com uma moça chamada Severina Rosa de Castro (estão vendo, essas histórias são antigas, mas pelo menos foi com a mesma mulher e ela não era uma adolescente....sic...). Filho de Apoliário Nunes Garcia,branco, e Victória Maria Da Cruz, filha de escravos, compôs sua primeira obra aos 16 anos e foi ordenado padre aos 25. Nasceu no dia 20 de setembro de 1767 no Rio de Janeiro e durante sua vida obteve reconhecimento e respeito como compositor mas como aconteceu com a maioria dos grandes gênios, morreu na miséria.
É um dos fundadores da Irmandade Santa Cecília, em 1784, que reunia professores de música do Rio.
Em 1798 foi nomeado mestre-de-capela da Catedral da Sé do Rio de Janeiro e obtêm no mesmo ano licença para pregar. Era um homem culto que conhecia bem o francês o italiano e tendo também noções de inglês. Possuia uma ótima biblioteca musical provida com as melhores obras clássicas e mais recentes da época.
O ano de 1808 é famoso, provável que vocês já tenham ouvido falar, inclusive tem um livro(que não me lembro quem é o autor) em que o título é justamente esse: 1808....
Pois bem, foi o ano em que desembarcaram em terras tupiniquins o então Príncipe Regente de Portugal, D. João VI e sua digníssima esposa Dona Carlota Joaquina, na verdade eles vieram pra cá fugindo do exército de Napoleão que havia invadido Portugal. A partir desse momento o Rio de Janeiro é elevado a capital do reino e transformações relevantes começam a acontecer, social e culturalmente falando. grandes teatros são construídos e a cidade começa a se aproximar dos padrões europeus. Depois virou aquele negócio né!? Não digo isso pela cidade, mas pelo nosso país, que se transformou.....nisso aí que a gente tá vendo.
José Maurício é designado mestre da Real Capela por D.João e começa então um de seus períodos mais férteis de criação. Entre 1808 e 1811 compôs cerca de 70 obras, dentre as quais a Missa de Nossa Senhora da Conceição para 8 de dezembro de 1810.
Acontece que em 1811 chega ao Brasil um português chamado Marcos Portugal que por sinal era o mais célebre compositor luso. Ele veio ao Brasil depois de uma bobagem que fez em seu país escrevendo uma ópera para o espetáculo de gala com que o exército invasor comemorava o aniversário de Napoleão,mas depois que as forças anglo-portuguesas derrotaram o exército invasor ele se viu numa situação embaraçosa e deu no pé e claro veio pra cá. Aí começam os problemas pra José Maurício que perdeu o cargo de mestre-de-capela justamente pra ele e foi designado a trabalhos menores. Embora compondo, sua produção diminui e as intrigas com Marcos Portugal continuam. Sua última década foi de decadência econômica e física
Suas obras tem suas próprias características embora um linguagem muito parecida com que se fazia na europa, sobretudo com relação a obra de Mozart e Haydn, mas que em nada lembravam seus antecessores do período barroco.
Em 1816 chega ao Brasil o compositor austríaco Sigismund Neukomm, que ficou fascinado ao conhecer José Maurício e sua obra, fomando uma grande amizade até o ano em que partiu de volta em 1821.
Em 1826 compõe sua última grande obra a "Missa de Santa Cecília".
Falece em 18 de abril de 1830. Portanto, nesse ano é outro compositor lembrado e homenageado. Fará 180 anos de sua morte.
Essa é um pouco de sua história que claro foi resumidíssima, mas podemos dizer hoje que ele figura entre os mais brilhantes compositores brasileiros ao lado de Carlos Gomes e Villa-Lobos.

Abraço e boa música a todos!!!