segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

50 ANOS SEM NOSSO MAIOR COMPOSITOR


Em 2009 fez 50 anos que nosso grande compositor faleceu. Filho do culto senhor Raul Villa-Lobos, professor e funcionário da Biblioteca Nacional, autor de várias obras sobre história e corografia do Brasil e que era um apaixonado por música e de Dona Noêmia Monteiro Villa-Lobos, filha de músico, Heitor Villa-Lobos nasceu no dia 5 de março de 1887. Nascido de sete meses, a grande preocupação dos pais era apenas de poder alimentá-lo e fazê-lo dormir para que nenhuma complicação pudesse acontecer. Recebeu dos pais o apelido de Tuhu, mas nao me perguntem por que.. rs
Embora do parto prematuro,foi uma criança saudável. Recebera uma educação severa, pois o pai acreditava que assim como fora criado, era assim que devia ensinar seus filhos, achava que crianças deviam ter atitude de adultos, saber se portar à mesa, não tagarelar, ou seja, não fazer coisas normais de crianças.
Como um apaixonado por música, o pai, promovia noites musicais em sua casa e obviamente proibia o pequeno Heitor de acompanhar as "noitadas", ele, de forma que ninguém o visse, escondia-se atrás do que fosse para poder acompanhar aquilo que ja o encantava, a Música.
Aos 18 anos, decidiu descobrir o Brasil. Vendeu o resto dos livros que havia herdado do pai e viajou, saiu em busca do Brasil que ele tanto queria conhecer, foi para o Nordeste. Lá frequentou bailes populares, festas de santo, tocou piano, viola caipira, violão, violoncelo, assistiu velórios (sic), jogou bilhar. Ouviu musica sacra, desafios de repentistas, cantos de candomblé.......conheceu a alma do povo.
Viajou por dois anos e quando voltou foi estudar no Instituto Nacional de Música, mas a disciplina da formação acadêmica era algo que ele não queria de forma alguma, então, viajou de novo, dessa vez rumo ao Sul, viajando depois para o Centro-Oeste.
Era rebelde, boemio, aventureiro. Aos 8 anos dizia que suas músicas favoritas eram as de Bach e as modas caipiras do interior de Minas Gerais. Com 16, frequentava rodas de choro, e mais tarde, ao referir-se aos musicos com quem conviveu na juventude, disse que: " O choro daquele tempo era a improvisação inteligente".
Villa-Lobos viveu de forma intensa, aproveitou tudo o que podia dos lugares por onde visitou, namorou muito, desde uma moça no Paraná, cujo pai, um fabricante de bananada que o contratou como caixeiro-viajante à outra moça onde o pai também comerciante (fabricava e vendia fósforos) e que também o contratou para que trabalhassem juntos. Villa desistiu das noivas e do Paraná e seguiu viagem. Voltou ao Rio e conheceu aquele que seria seu grande parceiro de aventuras, um pianista e saxofonista chamado Donizetti. Um cara que vivia bêbado e jurando amor a qualquer mulher que aparecesse a sua frente. Com ele, chegaram ao Amazonas e lá, Villa namorou uma moça inglesa que tocava piano com quem fez um duo, com ele ao violoncelo. Finalmente, depois de quase três anos ausente, quando voltou, ficou surpreso ao saber que sua mãe, achando que o filho estava morto, tinha mandado rezar uma missa pelo descanço de sua alma, rsss. Casou-se com a pianista Lucília Guimarães em 1913 e foram morar em São Cristovão. Ja tinha escrito muita coisa nessa época, mas pouco era conhecido do público, nesse primeiro período sua obra sofreu uma forte influencia do impressionistas, sobretudo, a Suíte Floral para piano, de 1914, e o Canto do Cisne Negro (obra belíssima, por sinal!!!.) para violoncelo e piano escrito em 1917.
Em 1923, um grupo de amigos decidiu patrocinar uma viagem a Europa, lá ele conseguiu apresentar sua obra ao público francês, que foi recebida de forma surpreendente....."foi uma vaia impenitente do começo ao fim" escreveu ele aos amigos. Mas ele era perseverante, teimoso, e graças também a histórias sobre a selva amazônica que ele contava, na qual quase foi "devorado por canibais" rsssss, conseguiu chamar a atenção do público frânces para sua música. Villa-Lobos teve a ajuda de grandes estrelas da musica classica da época. Arthur Rubinstein (grande pianista),por exemplo, foi um dos que ajudou a divulgar sua obra. Em 1927 conseguiu programar uma temporada com suas obras e foram apresentadas na Sala Gaveau alguns de seus choros, os de número 2,3,4,8 e 10, seu Rudepoema para piano, interpretado por Rubinstein, a quem Villa-Lobos dedicou a partitura original e também interpretado pelo mesmo a suíte A Prole do Bebê escrita entre 1918 e 1926.
A obra de Villa-Lobos é vastíssima, escreveu para todo tipo de formação. Escreveu verdadeiras obras-primas.......outras nem tanto......mas o fato é que é praticamente impossível definir qual estilo, características e que rótulo dar a sua obra. Escreveu quase mil peças que vão de sinfonias a concertos, trios, quartetos, obras corais, sem contar sua maravilhosa obra escrita para violão, que sem dúvida estão entre as melhores escritas para esse instrumento. Participou da famosa e importante Semana de 22, muito de sua obra foi executada nesse evento que causou tanta polêmica, fato que não poderia ser diferente em se tratando desse grande mestre. Segóvia, Bernstein, Rubinstein e tantas outras estrelas nunca deixaram de incluir sua obra em seus proramas de concerto.
Heitor Villa-Lobos faleceu no dia 17 de novembro de 1959, na cidade do Rio de Janeiro. Além de uma obra monumental, deixou frases como :"Compor,meu filho, é 90% de transpiração e 10% de inspiração" que ele teria dito ao jovem Tom Jobim.
Pelo Brasil, muitas homenagens e concertos dedicados unicamente a obra do mestre foram feitos, aqui em Taubaté, fizemos nossa pequena mas sincera parte, um recital com os professores e alguns alunos formandos da Escola Municipal de Artes Maestro Fêgo Camargo, no qual cada um apresentou um pouco de sua obra, a mim, coube tocar o famoso Prelúdio das Bachianas Brasileiras Nº4 para piano.
Fica aqui nossa homenagem a esse compositor que para muitos é considerado o "maior compositor das américas".
Nota: Villa-Lobos separou-se de Lucília em 1935 e passou a viver com Arminda Neves de Almeida, a Mindinha até o fim de sua vida.

Um comentário:

  1. Oi Rodrigo, prazer em conhecê-lo! Adoro encontrar blogs que falem de esporte, mas não só disso, que tragam as impressões pessoais, mas que não fiquem o tempo todo repetindo "eu, eu, eu", que não cometam erros de ortografia e nem assassinatos na gramática (como, por exemplo usar o "onde" como palavra-coringa). Enfim, é bom saber que há mais vida inteligente, culta e variada no planeta triathlon do que eu pensava!
    beijão

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